Nunca gostei do meu aniversário. É um facto e é do conhecimento de
todos os meus amigos e familiares mais próximos. Os motivos foram variando ao
longo da vida, mas o desta fase está relacionado com a crise dos 30.
Sempre fui uma rapariga magra. Há quem entenda isso como uma
provocação e um sinónimo de vida facilitada. Afinal, num mundo onde existe cada
vez mais complexos com a obesidade, como poderia alguém com menos peso
queixar-se?
Durante anos acreditei que não havia forma de abrandar o eczema e por
isso nunca dediquei muito tempo a pensar sobre o que poderia estar a contribuir
para que este se tornasse tão agressivo. As pistas sempre estiveram lá, eu é
que não quis olhar para elas.
No nosso dia-a-dia existem muitos conceitos que consideramos serem verdadeiros simplesmente porque toda a nossa vida nos ensinaram a vê-los dessa maneira. Mas o que aconteceria se analisássemos alguns deles minuciosamente?
Sempre acreditei que, na maioria das vezes, o tempo seria o nosso melhor amigo. Atenua sentimentos, saudades, mágoas. Faz-nos crescer e valorizar os nossos melhores momentos. O que eu não esperava é que se tornasse no meu maior inimigo na minha luta contra o Eczema.
Ás vezes quando tentamos compreender melhor alguma situação, em vez de a simplificarmos temos tendência a transformá-la num enorme quebra-cabeças. No entanto, apesar do Eczema ser complexo é sempre possível, tal como num puzzle, começar pelas peças mais fáceis: as dos cantos.
Numa era tão tecnológica como a
nossa o acesso à informação é uma constante. Contudo isso não significa que
estamos todos bem informados! A pergunta “O que é isso?” repete-se demasiadas vezes, transformando o diagnóstico de uma doença num monstro aterrador
simplesmente por desconhecermos que este poderá ser controlável, se lhe
ofereceremos as bolachas certas.